Ametista


O meu olhar caminhou pelas linhas de livros poeirentos,
Outrora preferidos, agora obsoletos.
Solidão irrequieta, desenterrei o passado vão e distante
Deuses, histórias de embalar crianças,
Mitos, mentiras.
Mitos, verdades.
Do senso comum, talvez.
Mas guias da cegueira dos que pensam ver.
Encontrei-te e sorriste-me…
Quis conhecer-te… tornar-te minha…
Mas tu não és de ninguém.
E és de todos.
De todos os que acreditam em ti…
Na paixão de ter esperança…
E na esperança de encontrar a paixão.
Que nos enche o peito de forma tão intensa
Que quase nos corta o fôlego.
Mas, no entanto, nos dá vontade de continuar a viver.
Porque a história é feita de lutas… e amor.
Também a tua história resulta disso…
Baco e ela, Diana, discutindo apaixonadamente…
Discussão, reconciliação, discussão, reconciliação
Assim é o amor.
O ciclo perfeito por ser imperfeito.
O remorso de Baco deu cor à tua vida.
Agora, frente a frente, olho para ti e perco-me nas tuas formas,
Transformas o meu mundo voraz
Fazes-me sonhar e manténs-me vivo.
Vivo de vida e morto de morte.
As estações foram passando, os ventos foram soprando,
E os anos passando…
Tudo decorreu para que nos encontrássemos
E agora, no contemporâneo do próprio contemporâneo,
Seguro-te nas mãos, ametista,
E, sinceramente, não te quero deixar ir…
Mas eu não sou dono de ti…
(Porque tu não és de ninguém)
E por isso segues a tua vida.
As estações passarão e os ventos soprarão
Mas sei que, mais tarde ou mais cedo,
Virás parar à minha mão!...

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