Nesta Manhã de Abril


O sol que te faz parecer mais bela nesta manhã de abril,
O sorriso silencioso que me fazes e me diz mil coisas belas,
Mil palavras em jeito de poema,
Versos que não rimando, rimam o meu coração versado em paixão,
A forma como me olhas – Intimidade!
Levantas-te da cama e já oiço a água a correr...
Eu fico na cama, destapado, repercutindo no tecto do quarto as imagens que me deste na noite já extinta...

Estás novamente no quarto junto à cama,
Só tapada com a toalha, consigo ver por debaixo da mesma os mamilos arrepiados pela frescura da manhã que inunda o quarto,
Vieste chamar-me
“Vem tomar banho comigo amor!”
Assim o faço...

Agora já sinto o jacto quente da água caindo nos nossos ombros tal qual uma chuva tropical.
Beijamo-nos e sentimos os corpos a beijarem-se...

No alto do teu pescoço espremo a esponja húmida
Que te espalha a espuma
Que te escorre pela barriga
Que me toca a barriga
Que me transmite um formigueiro
Que me treslouca os sentidos
Que me faz entrar em ti e
Que te faz perder os sentidos
Que te tresloucam,
Que te transmitem um formigueiro
Que te toca a barriga
Que tem a espuma
Que eu espremi da esponja, no alto do teu pescoço!

E o momento é eterno!
E o momento merece ser escrito!
E o momento é um século!
E o momento já tem a idade do mundo!
E o momento é infinito!
E o momento já acabou e já te secas com a toalha.

E já me olhas sorrindo e me dizes, tal como soubesses no que penso
“Sim querido, o momento é eterno!”
E abraças-me encostando o ouvido ao meu coração...como se o quisesses ouvir...
E parece mesmo que o ouviste pois findados alguns segundos,
Sorris para mim e dizes-me:
“É exactamente o que sinto!”

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