O Calor Da Tua Carne


Oh se eu pudesse tocar-te!
Pássaros voariam num voo imberbe,
Imaculado de doçura jovial e fogosa.
Seria eu em ti, sendo uma mulher impreterível
Demais densa para ser amada com sexo,
Demais exigente para ser penetrada com amor,


Seria eu! Oh! Eu, que já nada sei ser,
A mulher que és quando te vês em em mim projectada,
E então cantariam pássaros nesse voo revolto,
Livre e solto,
Chilrear sereno,
Adocicando os movimentos das tuas ancas,
Presas em mim, amarradas à minha carne!


Oh se eu pudesse tocar-te!
Nunca mais ousarias não tocar-me,
Não lamber-me,
Não amar-me mas amar-me tu não saberias
Pois a sabedoria não se embriaga na voz da emoção...


E depois voltares-me as costas sorrindo,
Tocando-me a carne, com a tua carne
E depois a minha carne teres dentro da tua carne,
Para no fim a minha carne, apertares nas tuas mãos...
E com a boca cobrires toda a minha carne,
Que num trejeito de ardente luxúria,
Tua alma toca, roçando apenas o calor da tua carne!

Sem comentários: