Já Não Te Amo


Já não te amo...
Já não choro quando te vais...
Já não rejubilo com a tua presença...
Já não te leio em madrigais
Respiro apenas, só, esta estranha doença.
E já não te cheiro em flores,
Ainda retenho os teus odores,
Mas já não me vejo em ti
Nem tão pouco te vejo assim,
Eterno amor do passado,
Ternura, Paixão e enfado,
Ou, simplesmente, um interminável amor,
Que sente frio o teu calor,
Mas eu já nem te amo, amor!

Que loucura de vida a que tenho,
Não me deixa arte ou engenho
Só apenas palavras vãs que me negas,
Nesta jornada por caminhos de trevas!
Amanhã serás um quadro tingido,
Um fulgor fingido,
Um farrapo a um canto,
Uma lágrima e um soluçar ligeiro,
O meu falso e trágico pranto,
Uma história para contar nas tardes de janeiro,
Aos filhos, aos netos,
- Meros fetos..
de dor!... -
Eu já não te amo, oh amor!

2 comentários:

Marina Jorge disse...

Sim, contraditório, deprepositadamente...belo.
Amei, mesmo.
Tens aqui uns textos..tocam, tocaram-me, tocam-me.
Ninguém fica indiferente, mesmo. Opá, isto agora é uma ordem: Continua!

Marina Jorge disse...

Ah, mas é mesmo pa continuar.=).